domingo, 2 de junho de 2013

Montahnha das Lágrimas Eternas


  Esta não é só uma simples escultura mas também um lugar de meditação e tranquilidade.
  Este é um lugar que eu fiz tornar-se material e que na verdade está dentro de cada um de nós na jornada que devemos seguir para alcançar a felicidade e a paz interior. Não nenhum outro lugar aonde isto possa ser achado.
  O monge sobe de forma tranquila e lenta cada degrau das pedras que o levarão ao templo no alto da montanha.
  A cada degrau, ele deixa para trás o caos, a turbulência, o ódio e o pesar que o mundo externo lhe traz.

 
      Ao chegar ao fim dos degraus, ele chega ao templo: Simples, sem grandes ostentações, porem incrustado na montanha e parte do elemento terra, assim como encoberto pelos seus filhos, as árvores e as plantas.
    No templo ele se prepara, se limpa das impurezas, veste suas roupas ritualísticas e rende suas homenagens aos seus mestres e antepassados.
   Lembra-se que cada elemento do seu ser é descendente de cada partícula que formou o universo.
  

  Ele vai ao seu lugar de meditação.  A colunas, dos mestres do CÉU e da TERRA postam-se de cada lado, como guardiães deste local sagrado aonde nenhum mal e nada que não seja luminoso possa existir.

     Ele senta-se, descalço na TERRA, aonde se integra e comunga com o primeiro dos quatro elementos fundamentais do universo.
     A sua volta, a ÁGUA que chora pelos olhos da montanha abre-se a sua volta e volta a juntar-se, assim como o destino nos leva a caminhos diferentes que um dia sempre se juntam no grande mar, fonte de toda a vida.
        O monge olha para o céu e seu olhar atravessa as montanhas e o horizonte e sente em toda parte o elemento AR que tudo preenche e está em todas as coisas vivas.




 

 Por fim, monge acende a tocha que invoca o elemento FOGO, o único elemento capaz de transmutar a matéria e representa a energia pura que une todos os elementos em uma só grande força universal que nos cria e nos torna um só com o universo.

O monge então, agora um com o universo, volta-se para dentro de si mesmo e junto com as lágrimas da montanha ele chora.
Chora pelos que sofrem.
 Chora pelos que não conseguem ser felizes.
   Chora pelos que tem a felicidade
    mas não estão preparados para ela.
     Chora pelos que não sabem que podem mudar suas vidas.          
       Chora pelos que não vêem a felicidade
       pois foram cegados pelo ódio.
         Chora pela felicidade que os perseverantes alcançaram.         
           Chora de felicidade pela certeza que um dia,
             todos irão alcançar o cume de suas montanhas
             e as águas dos rios de seus destinos irão se juntar
             inexoravelmente no grande mar da iluminação.
 

            Para minha filha Melissa....
                Que um dia ela alcance o cume da sua montanha
            
                                               André Luiz Braga

sábado, 1 de junho de 2013

Uma Homenagem - Árvores, Sombra e Água Fresca III

Oi Pessoal!! Esta será a última da séries das árvores, pelo menos por algum tempo, não vou mais aborrecer com isso. Contudo, tem uma árvorezinha aqui, perdida no tempo há mais de 20 anos e não posso deixar de mencioná-la assim como sua estória.

 Muito antes de Leda Nagli, quem era o carro chefe e EXCELENTE apresentadora do conhecido programa "SEM CENSURA" era a Jornalista e Professora Lucia Leme. 





Uma época de grandes revoluções tecnológicas que ninguém se lembra. Celuláres nao existiam e o fervor pelo misticismo, magia, atrologia e tudo mais levava qualquer um a achar que sabia os rumos do novo milênio. Professora Lucia levava tudo com muita inteligencia, questionamento e seriedade, com todo respeito a Leda Nagli, mas com muito mais atenção e foco nos fatos.






Porque eu sei disso e em que se relaciona com meu trabalho ? Não muita coisa além do fato de que, naquele tempo, não trabalhava, a faculdade não tinha tanto o que fazer e férias era férias...bons tempos....
O fato é que eu passava minhas tardes assistindo as maravilhosas entrevistas do "SEM CENSURA" com Lucia Leme e até hoje, algumas delas eu quase que me lembro a entrevista que passava para cada escultura que eu fazia.



 
Naquele tempo, eu pensava em um dia ser um daqueles convidados e ir lá falar dos meus trabalhos... e mesmo que não fosse, achava que devia a Prof. Lucia e ao programa uma dívida de gratidão pela tranquilidade e conhecimento que me ajudavam no trabalho.
 Como meus trabalhos são demorados, naquela época, TOTAL e PRETENCIOSAMENTE, eu fiz uma pequena árvore para dar para a Prof. Lucia, caso eu acabasse conseguindo a chance de ir no programa. 
Quando fiz minha primeira exposição em 94, quis correr atrás disso, cheguei a sair em uma reportagem do Globo mas eu teria que ficar em cima do pessoal da TVE na época para sair alguma coisa e eu estava bem atrapalhado com trabalho e deixei para lá.....

    Essa árvorezinha é "Pré-Papel Alcalino" e já amarelou, mas nunca tive coragem de me desfazer dela e ainda está na minha estante, com a dedicatória que fiz na época para entregar a prof. Lúcia.  Hoje, com o facebook, talvez eu tente cumprir essa promessa... vamos ver....

     Um abraço a todos, Paz Profunda

                   André Braga.

MILENIUM! - Ávores, Sombra e Água Fresca II

   Continuando a falar aqui das minhas árvores.
Em 14 de Janeiro de 2000 eu terminei uma nova e melhorada versão da ávore mencionada no post anterior. Não me lembro quanto tempo levei para fazer esta mas o fato é que ficou pronta para o inicio do novo milênio e achei apropriado chamá-la assim.



Na época eu a dediquei (está lá no fundo) a minha atual ex-esposa.
Eu estava no inicio do meu primeiro casamento, não que já tenha existido o segundo ainda, se é que virá a existir....

Aliás, do jeito que anda o critério das mulheres de hoje, acho que vou fazer uma de papel que vai ser mais fácil....rs rs rs, já aproveito faço os filhos de papel também.....uauauaua.



   De qualquer forma, apesar das coisas não terem acabado exatamente muito bem, o justo é o justo e não vou omitir esse detalhe....



Bem, esta aqui não tem ninho escondido e aliás, agora que tirei as fotos vi que está precisando de alguns curativos também.  Vou cuidar disso e em breve postarei nova versão.

 Como vocês podem ver, as duas novidades aqui são as pontas caindo dos galhos... que deu um trabalho maior do que pôr as folhas... e também o tronco que agora é mais fino e comprido.


 A parte mais bizzara aqui é que depois que a árvore estava quase pronta verifiquei que a altura dela não cabia na cúpula que já tinha sido mandada fazer para ela.
Por esse motivo, tive que "Serrar" o tronco no meio e diminuir a árvore uns 5 cm....

Aqui dá para vocês verem bem o detalhe da base. POREM, desta vez, como queria que parecesse um mato crescido e irregular, não usei minha maquininha de fazer grama, cortei essa grama fio por fio mesmo.... incontáveis horas de TV e até cinema cortando papel....rs rs rs......








Aliás, se quem não me conhece, um dia ver um sujeito extranho com uma tesoura cortando papel no meio da sessão de cinema... pode ir me cumprimentar pois esse sou eu mesmo!!! ha ha ha

Bom, só pra finalizar, gostaria que vocês vissem a comparação entre esta nova árvore e sua irmã mais velha ao seu lado.  Nas fotos mostradas no outro Post ela parecia bem grande não ? E na verdade era mesmo... contudo, a Milenium é bem maior e tenho dois planos ainda pra frente, ou faço uma agora maior ainda ou quem sabe uma árvore de natal bem grande.... vamos ver o que o tempo vai me permitir.


Obrigado pela "Audiência"!!

                              André Luiz Braga




 







 




   


Árvores, Sombra e Água Fresca.....

Esta foi a primeira árvore que eu fiz, há muito, muito tempo... Alguns animais ainda não eram espécies em extinção...rs rs rs.
Nunca tinha feito uma árvore antes e não tinha muita idéia de como faria....







No fim das contas, ela foi meio que crescendo sozinha. Não consigo planejar uma árvore do jeito que eu quero e nem copiar uma que eu vejo na rua.  Só uma que consegui alguma coisa como eu queria mas mostrarei nos próximos posts.


A única coisa que eu acabei tendo que "Inventar"  mesmo foi a grama que vocês podem ver na base. Cortar a graminha uma por uma ia levar um milênio então eu criei uma maquininha de cortar graminha fininha que uso até hoje em muitas esculturas.


Aqui nesta foto, se olharem com atenção vão ver um ninho de passarinho que já há muito tempo se foi. Pretendo, em uma próxima árvore, tentar fazer os ovinhos e talvez o pássaro também...rs rs

Eu fiz essa árvore muito tempo antes de ter conhecimento sobre os tipos de papel e envelhecimento do mesmo e então essa árvore ainda foi feita com materiais mais antigos e apesar de ainda existir, foi bastante relegada a segundo plano. Eu fiz para minha mãe, na época, por em cima do piano dela mas não tinha feito ainda nenhuma cúpula de proteção e ela foi, além de amarelando, empeirando ao longo dos anos.

As fotos que vocês estão vendo aqui foram tiradas em 1993 por um fotógrafo amador amigo meu, por isso elas mostram a escultura ainda em boas condições.
Entre 1994 (minha primeira exposição) e recentemente (2012) quando voltei a trabalhar mais intensamente nas esculturas, todas essas antigas foram deixadas de lado e eu descuidei mesmo.






      No inicio de 2011 minha mãe se mudou do antigo apartamento para um novo e durante a mudança, me ligou avisando que a árvore estava muito velha, quebrada e que ela tinha jogado no lixo!
     Eu fiquei furioso:  "Como você joga fora sem me avisar ? Eu posso recuperar". Então corri feito um louco para chegar lá antes do lixeiro e consegui tirar a árvore antes que algum outro lixo tivesse sido jogado por cima...felizmente ela ainda estava por cima de tudo e sem cascas de banana ou qualquer liquido que pudesse ter afetado a esstrutura irreparavelmente.....

     Como vocês podem ver abaixo, eu tive que desmontar ela completamente, e fazer uma reconstituição completa... fora tirar a poeira e tudo mais. Contudo, utilizei apenas o que já existia e não pus folhas ou galhos novos, ou iria ficar em desacordo com o material, cor e textura originais....   

   No final, o resultado não ficou dos piores... não voltou ao que era mas acho que ficou uma reconstituição decente.




Infelizmente o incrível amarelado do papel não tinha reversão então minha solução foi mesmo pintar de branco... não ficou igual ao papela original mas bem apresentável.




     As folhas e a grama, contudo, era impossível pintar... mesmo que eu usasse tinta Spray sempre ficariam pedacinhos ainda amarelados então achei que deixar ela "bi-color" não era de todo mal.....
      Para uma "Senhora"  de 96 anos (é igual cachorro, cada anod de "escultura de papel" conta como se fosse 3...rs rs rs) ela até que está "enxuta"....rs rs rs.

     Eu fiz uma mais recente, apesar de já ter uns 45 em idade de escultura de papel que está em muito melhor estado pois foi feita com papel não-ácido e irei mostrar nas próximas postagens.
    Obrigado para quem apreciou até agora.

                                                       André Luiz Braga