domingo, 19 de maio de 2013

O Papel, pelo Papel, e para o Papel....


  Eu tenho que dizer que esse foi meu primeiro trabalho de "Merchandise" descarado e por assim dizer,  "Encomendado"...rs.

De qualquer modo, eu tenho que contar uma pequena estória sobre essa empresa que me acompanha há quase 20 anosA Filiperson.
Foi em torno de 1994, não me lembro precisamente a data, que minha comadre, Ozana Hannesch,  mãe do meu afilhado Lucas , profissional da área de restauração de documentos, me deu uma aula completa sobre papel e cola. Até então, eu usava qualquer papel, desde papel de máquina de escrever até folha de revistas...
Pois bem, foi ai que aprendi porque certos papéis ficam amarelados e outros não, porque alguns cortam bem, a direção certa de rasgar e por ai vai... E aprendi também como resolver aquele terrível enrugado que a cola deixa no papel.

  Sinceramente, é uma vergonha que eu nunca tenha feito uma escultura exclusiva em homenagem a minha amiga porque certamente meus trabalhos já estariam todos no lixo e não seriam a metade do que são sem tudo que ela me ensinou... mas ela não perde por esperar... Já tenho uma surpresa planejada pra ela, quando o tempo permitir sai....
Voltando a estória, então, seguindo as orientações da minha consultora, fui buscar uma companhia que fizesse papéis especiais que eu precisava. Hoje você compra esse tipo de papel na papelaria mas na época esse tipo de fabricação especial não se vendia no varejo era feito somente para exportação ou encomendada por grandes companhias que faziam documentos importantes.
Achei o endereço da fabrica e lá fui eu, com algumas esculturas debaixo do braço. A empresa nem tinha um serviço de atendimento ao consumidor pois não atendia pedidos individuais.
   Eu fui parar em uma sala cheia de funcionários e estava me sentindo um adolescente de 15 anos entrando na fábrica da     
    General Motors pra mostrar o meu carrinho de rolimã (alguem aqui lembra o que é isso ?).
Dado o inusitado do meu trabalho, eles chamaram o próprio presidente da companhia para falar comigo (naquele tempo não se chamava "CEO").
    O cara achou muito interessante e doido aquilo e resolveu abrir uma exceção pra mim.
  
    Eles não tinham o hábito de patrocinar ninguém e muito menos aceitar encomendas de meia duzia de pacotes de papel...  Vendiam na ordem de toneladas mas no meu caso, concordaram em me ceder 2 pacotes de cada uma das três espessuras que eu pedi
   O problema é que quando eles me falaram "Pacote" eu entendi pacote desses de chamex que vc compra na papelaria mas quando os "Pacotes" chegaram que a coisa pegou.....
    Os tais "Pacotes" tinham UM METRO QUADRADO cada um!!! Não tinha como eu guardar aquilo... Eu tive que tirar várias folhas que eu ia usar e cortar e guardar os pacotes embaixo da minha cama... kkkk
   Além disso, como vocês devem imaginar, eu faço MINIATURAS, logo, aquele papel durou 20 anos... e somente há coisa de uns dois meses que eles acabaram....kkkkk







         Pois então, hoje em dia, eu podia comprar papéis de várias companhias mas acho que devia fidelidade a Filiperson que fez tantas concessões e me tratou com muita consideração quando eu estava começando por isso os procurei e descobri que eles já tinha página no facebook e tudo mais. Em vista dessa consideração, e umas idéias interessantes, eu resolvi fazer uma escultura EM ESPECIAL em homenagem a eles, e mais ainda, homenageando o papel em si, já que foi por intermédio dele que eu consegui dar vida a tantas coisas que eu queria.
      Curiosamente, a estória um pouco que se repetiu pois eu pedi 3-5 pacotes de papel para eles, de cada tipo....e acabou chegando 3-5 CAIXAS de pacotes...kkkkk... alem de pacotes de um metro quadrado.....rs rs rs... mas tudo bem... dessa vez pretendo fazer um uso mais intenso e aproveitar para aumentar o tamanho dos meus trabalhos :-)
      A escultura, que vocês devem ter apreciado ao longo desse texto, mostra na parede o símbolo da Filiperson e do outro lado, o meu "Atelier" virtual e metafórico de trabalho aonde eum homenageio o papel em suas múltiplas expressões, da árvore, até livros....     


Abraços, 
        André Luiz Braga

sábado, 18 de maio de 2013

All that JAZZ

  Para os que não sabe, sou um grande fã de JAZZ, alem de um fã menor de alguns outros estilos.
  
  Aprendi 6 meses de piano há vários séculos atrás. Acho que foi devido a me ouvir praticando que os dinossauros foram extintos se jogando num vulcão de desespero....ha ha ha ha.

   Minha mãe, por outro lado, aprendeu piano quando tinha 9 anos e meu avô, na época, vendeu o piano 6 meses depois. Ela nunca mais aprendeu mas em 1987, eu convenci ela a comprar um piano e por incrível que pareça, ela sentou e saiu tocando.... mas não "Cai cai balão" apenas com um dedo da mão direita.... tocou Pour Elise com as duas mãos fazendo solo e acompanhamento. Ela mal sabe ler uma pauta. Mas tira de ouvido qualquer coisa.... com solo e acompanhamento.... Inacreditável... 
   Há coisa de uns 2 anos ela mandou o piano dela aqui para casa para que Melissa pudesse aprender ai então Melissa ficou morando um ano longe daqui e lá se foi a idéia. Hoje ele está aqui e mais desafinado que o Bolinha tocando violino (essa só entendeu quem lia Bolinha e Luluzinha na infância).
  Eu sempre me planejo voltar a tocar... mas a verdade é que antes que qualquer um consiga tocar qualquer feliz aniversário num piano tem que pastar alguns meses só com exercícios básicos... Eu nao concordo com essas técnicas novas aonde se aprende pela música... O cara se torna um pianista de "musicas específicas"... 
    Bem, voltando ao trabalho acima... Fiz na época que estava aprendendo piano e eu queria algo perfeito, teclas que se movimentassem de verdade... Então, se olharem de perto vao perceber que cada tecla foi feita uma por uma individualmente e no prototipo original todas se mexiam.... só tinha um problema: Era impossível alinha-las deixando-as todar retinhas como em um piano real. Eu tentei de tudo mas nada funcionou... em um acesso de raiva, colei todas elas e pronto!!! Infelizmente lá se foi a mobilidade....  
   Entre meus inúmeros projetos da gavêta é ainda fazer um piano aonde as teclas se mexam de verdade :-)

    André Luiz Braga      

EQUINOX!


    Tem horas que fico entediado de fazer sempre a mesma coisa do mesmo jeito.
   Minhas árvores tem usado praticamente a mesma técnica há anos, apesar de cada hora elas sairem de um jeito diferente.

Esta aqui foi a minha primeira tentativa de uma árvore aonde as folhas estao caindo e acabando OU começando a nascer outra vez.

Foi por isso que quis chamá-la de "Equinócio", pois é aonde o processo começa ou acaba. 
Achei que seria pertinente. 

   Agradeço a opinião! 

              André Braga.