Esta não é só uma simples escultura mas também um lugar de meditação e tranquilidade.
Este é um lugar que eu fiz tornar-se material e que na verdade está dentro de cada um de nós na jornada que devemos seguir para alcançar a felicidade e a paz interior. Não nenhum outro lugar aonde isto possa ser achado.
O monge sobe de forma tranquila e lenta cada degrau das pedras que o levarão ao templo no alto da montanha.
A cada degrau, ele deixa para trás o caos, a turbulência, o ódio e o pesar que o mundo externo lhe traz.
Ao chegar ao fim dos degraus, ele chega ao templo: Simples, sem grandes ostentações, porem incrustado na montanha e parte do elemento terra, assim como encoberto pelos seus filhos, as árvores e as plantas.
No templo ele se prepara, se limpa das impurezas, veste suas roupas ritualísticas e rende suas homenagens aos seus mestres e antepassados.
Lembra-se que cada elemento do seu ser é descendente de cada partícula que formou o universo.
Ele vai ao seu lugar de meditação. A colunas, dos mestres do CÉU e da TERRA postam-se de cada lado, como guardiães deste local sagrado aonde nenhum mal e nada que não seja luminoso possa existir.
Ele senta-se, descalço na TERRA, aonde se integra e comunga com o primeiro dos quatro elementos fundamentais do universo.
A sua volta, a ÁGUA que chora pelos olhos da montanha abre-se a sua volta e volta a juntar-se, assim como o destino nos leva a caminhos diferentes que um dia sempre se juntam no grande mar, fonte de toda a vida.
O monge olha para o céu e seu olhar atravessa as montanhas e o horizonte e sente em toda parte o elemento AR que tudo preenche e está em todas as coisas vivas.
Por fim, monge acende a tocha que invoca o elemento FOGO, o único elemento capaz de transmutar a matéria e representa a energia pura que une todos os elementos em uma só grande força universal que nos cria e nos torna um só com o universo.
O monge então, agora um com o universo, volta-se para dentro de si mesmo e junto com as lágrimas da montanha ele chora.
Chora pelos que sofrem.
Chora pelos que não conseguem ser felizes.
Chora pelos que tem a felicidade
mas não estão preparados para ela.
Chora pelos que não sabem que podem mudar suas vidas.
Chora pelos que não vêem a felicidade
pois foram cegados pelo ódio.
Chora pela felicidade que os perseverantes alcançaram.
Chora de felicidade pela certeza que um dia,
todos irão alcançar o cume de suas montanhas
e as águas dos rios de seus destinos irão se juntar
inexoravelmente no grande mar da iluminação.
Para minha filha Melissa....
Que um dia ela alcance o cume da sua montanha
André Luiz Braga